Em março de 2008 a corretora de seguros Patrícia Sadalla Collese tomou conhecimento de que a Porto Seguro estava utilizando bicicletas em algumas regiões da cidade de São Paulo para prestar socorro aos segurados em caso de pane em automóveis. Assim que soube da iniciativa, enviou prontamente um e-mail para Jayme Garfinkel, presidente da seguradora. Em sua mensagem, contou a história de seu pai, o engenheiro industrial Felício Sadalla, que passou muitos anos de sua vida envolvido com o desenvolvimento de bicicletas elétricas. “Ele me atendeu de forma imediata, como um amigo”, lembra Patrícia.
Durante a conversa, Garfinkel soube que o engenheiro chegou a adotar uma bicicleta com um motor elétrico adaptado nos anos 80 como o seu próprio veículo, percorrendo diariamente 26 quilômetros entre sua casa, na Vila Mariana, e a sua metalúrgica, no bairro de Santo Amaro. Ao ouvir os detalhes da história, o executivo resolveu encampar a ideia e, com isso, realizar o sonho do pai da corretora, de produzir no Brasil uma bicicleta elétrica não adaptada e sim inteiramente projetada como tal. Apenas 16 meses após o encontro, o primeiro veículo ficou pronto exatamente nessas condições e foi entregue de presente a Felício Sadalla, hoje com 81 anos.
Ao agregar a capacidade de se movimentar a partir de um motor elétrico, as novas bicicletas da Porto Seguro ganharam em velocidade, versatilidade e conforto. Elas estão sendo utilizadas desde agosto no socorro a autos segurados e em vistorias domiciliares em vários bairros paulistanos, inclusive os mais montanhosos como Sumaré e Santana.. O tempo de atendimento foi reduzido em 25%. Além disso, nos casos de pane elétrica, a partida do carro do segurado passou a ser feita com o uso da bateria da própria bicicleta.
Com quadro em alumínio, aro 26 e 21 marchas, o veículo desenvolvido pela Porto Seguro pesa 34 kg, tem autonomia de 40 km, atinge até 35 km/h e não polui. O tempo de carga da bateria é de até 4 horas. Após ser homenageado pela seguradora, Felício Sadalla disse que as bicicletas elétricas constituem a solução mais viável para o trânsito em uma grande cidade como São Paulo. “A sua eficiência é muito superior a do carro. É a fábula do coelho e da tartaruga. O carro pode correr mais, mas a bicicleta chega na frente”, diz Felício.
Felisa
Hoje a Porto Seguro faz uso de 50 bicicletas elétricas para socorrer os clientes em seus automóveis. O veículo foi batizado com o nome de Felisa, que quer dizer felicidade, mas é também a composição das iniciais de Felício Sadalla.
Tal como o pai, a corretora Patrícia também adotou a bicicleta elétrica. “Vou e volto do trabalho com a Felisa e quase não ando mais de carro”. Ela conta que realiza a carga da bicicleta em uma tomada comum de sua casa, como um celular. Tal como o aparelho, a bateria do veículo também tem um indicador de autonomia. “Percorro em média 8 quilômetros por dia. O carregamento leva cerca de uma hora. Normalmente, eu prefiro pedalar e utilizo o motor nas subidas e como auxiliar nas retas , a partir de um simples movimento de mão”, descreve. O uso é misto ( pedal e motor juntos ).
A Felisa está também disponível para ser comercializada pelos corretores cadastrados na Porto Seguro. O bicicleta eletrica custa R$ 2.990,00 e o segurado de automóvel da Porto tem direito a 20% de descontos. O valor pode ser parcelado em até 10 vezes. O seguro opcional, de R$ 308,22, garante cobertura de incêndio, danos elétricos, colisão, subtração e responsabilidade civil.O veículo já está regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).